domingo, 13 de dezembro de 2015

INDIA

Foram 2 meses de voluntariado em Delhi, Índia, numa escola com crianças de necessidades especiais.
Uma experiência que não irei certamente esquecer. 
Partilho agora as fotos e algumas passagens do meu diário de viagem. 
Enjoy :)

**

"Durmo num quarto com paredes sujas e uma cozinha que nem é cozinha. E uma casa de banho sem luz, autoclismo e onde o banho tem de ser com o balde que ali está. Não temos ar condicionado, frigorífico, nem internet, pelo que a minha primeira noite de sono na Índia foi nula."



"Tenho apenas 19 anos e estou na índia a servir os outros. Abdiquei de muito por isto. E por pior que os dias se possam tornar, encaro-os como oportunidades de crescer, aprender e reinventar."



"De manhã ao chegar à escola, fomos dizer “namaste” (olá) a cada sala. Ao entrar numa das salas, todas as crianças com cerca de 5 anos se levantam e em coro dizem “good morning madame!”. E foi aqui que com um enorme sorriso retorqui o bom dia com os olhos envoltos em lágrimas e percebi que tudo valia a pena"


"É realmente algo com que ainda não consigo lidar muito bem aqui, e sinceramente eu não sou mais que ninguém para ter comida à mesa e aquelas crianças não. Por isso peço-vos. Dêem valor ao que têm. Acreditem, temos demais."


"Mas a Índia, pelo menos Delhi, é cheia de pólos contrastantes. É certo que se ajudam mas nunca vi na minha vida tanta criança nas ruas a pedir dinheiro nem tantos cães a vaguear em busca de comida. A caminho de um centro comercial aqui perto, a miséria dos caminhos que nos leva até ele é impossível de ignorar. Gente a viver nos passeios e a estender a roupa nas vedações que dividem os sentidos das estradas. A tomar banho ali mesmo."


"Há uma semana que não como carne. Há tanta variedade de pratos vegetarianos que comer carne para mim deixou de ser prioridade."

 

 "...isso tem-me ensinado a dar valor a muita coisa. Aqui tenho festejado pelo facto de ter luz, de a água voltar, de ter mudado para um quarto com chuveiro e autoclismo, por de vez em quando poder ouvir o silêncio nesta cidade barulhenta…"
  


A beleza desta multidão,
Não se encontra no chão,
Sujo, poeirento, que te suja a vista,
Simpatia das pessoas que te conquista.
Mistura de cores, Ilustres padrões
Cultura, Celebrações.
Ao mesmo tempo conservadores e modernos,
Nunca perceberás a capa dos cadernos.
Até onde podes ir,
Como olhas, como sentes…como vestir.
Aqui não à espaço para lamentos,
A realidade é crua, cheia de tormentos.
Custa ver tudo isto, mói.
Mas no fundo não mata e sim constrói.


Video da viagem

Sem comentários:

Enviar um comentário