quarta-feira, 23 de março de 2016

ENTREVISTA | CAROLINA BERNARDECO :: DA LINHA DE SINTRA PARA OS ESTADOS UNIDOS



Carolina para uns, Estrela para outros e “Nina” lá em casa. Como preferes que te trate?

O melhor mesmo foi como me trataste, Carolina ahahah. Há quem me trate pelo último nome também, coisa que não me importo. Nina é um nome mais pessoal em que só a minha família e talvez algumas pessoas que me viram crescer é que chamam. 

Cresceste numa família toda ela ligada ao basquetebol. No entanto, quando eras mais nova, via-te a dar uns toques na bola de futebol. Porquê que acabaste no basquetebol? Foi a necessidade de mostrar às tuas irmãs como se joga?

O futebol era o que mais queria quando era mais nova. Tenho a certeza que te lembras de mim a andar com as luvas e bola de futebol, sempre a pedir que alguém chutasse a bola para eu defender. O basquetebol é coisa de família. É algo que cresceu comigo e com as minhas irmãs, e que ao mesmo tempo nos viu crescer. Mas não foi a necessidade de mostrar às minhas irmãs como se joga porque elas já sabiam que a terceira vinha aí e dava uns toques com a bola de basketxi. ;)

Como é que a oportunidade de ires para os Estados Unidos jogar basquetebol surgiu na tua vida?

Lembro-me que foi a ver os jogos da NBA, mais concretamente a College Basketball, que surgiu o sonho de jogar nos Estados Unidos. Assim que fui crescendo, sempre tive alguma capacidade para conseguir jogar no escalão mais acima. E foi com 16 anos que surgiu a primeira oportunidade, pois era apenas sub16 e tive a oportunidade de jogar pela equipa sénior, que foi sem dúvida o ano que mais me fez crescer como jogadora. Lembro-me como se fosse ontem. Treinava com jogadoras muito mais experientes, como a Paula Couto que foi uma principal influência pois era ela que me defendia e eu a tinha que defender nos treinos muitas vezes. Nesse ano realizou-se o campeonato de Europa de sub 16 em Matosinhos onde ascendemos à divisão A e fomos à final. Nesse ano era a base principal e consegui ir ao 5 ideal do campeonato, a partir daí as faculdades americanas começaram a entrar em contacto comigo.

Como te sentiste nas primeiras semanas em território americano?

As primeiras semanas foram dolorosas e lentas. Tive de me habituar a tudo muito rapidamente porque as minhas aulas começavam 2 dias depois da minha chegada. Foi bastante complicado. A comida é completamente diferente e a sensação de entrar na faculdade, num país diferente, e estares completamente sozinha à tua responsabilidade, foi um novo desafio. Foi difícil mas nada que a vontade de querer concretizar um sonho para ultrapassar as fases difíceis.

Conta-nos a tua rotina diária. Treinas muitas vezes?

A minha época neste momento já acabou, mas sim treinamos muitas vezes. Isto é, nem é o treinar muitas vezes mas sim o tempo que dedicamos ao treinos. Nas primeiras semanas era só trabalho físico às 6 da manhã e depois a meio do dia fazíamos treinos em pequenos grupos. Pois devido às regras que existem aqui só começámos a treinar em equipa em outubro. Tivemos um mês de preparação física.

Agora que a época acabou. Que balanço fazes da tua prestação? 

Essa é uma boa pergunta. Por muitos altos e baixos que tenha tido acho que foi uma excelente experiência. Como Freshman acabar com média de 17 min por jogo numa escola da 1ºdivisão aqui, foi muito bom. Uns em que jogava 30 outros 10, dependia dos jogos. Por baixos que sejam os números sinto que foi uma época bastante importante para mim para crescer como pessoa e como jogadora. Portanto, desta época só posso tirar pontos positivos.

Já és especialista a falar inglês? Ouvi dizer que antes you not speak very nices. 

Naah I still don’t speak well but I can handle it. ;)

Na tua opinião quais as maiores diferenças entre o basquetebol português e o basquetebol americano?

A diferença é mesmo o físico porque o basket europeu tem basket muito bom, e eu continuo a achar que o basket é um jogo de pensar, não é que eles não pensem mas acho que a vitória de uma equipa aqui depende mais do físico que apresenta, se é mais forte fisicamente mais probabilidade tem de ganhar.

Qual o pior e o melhor momento que viveste no basquetebol? Não vale dizer que foi treinar comigo porque seria muito óbvio.

Também não treinei muito contigo, acho eu, mas sim foi um momento agradável...pelos menos ri-me bastante de certeza! Considero ter mais piores momentos do que bons ahahah mas o melhor momento pelo menos deste ano foi em Dezembro. Eles aqui têm o que chamam o Dia da Educação e não estás a perceber…eu estava convencida que era um jogo normal. Isto é, com as pessoas a virem ao jogo. Mas quando pus o pé naquele campo, estão mais de 4500 crianças a gritar que nem nos conseguíamos perceber umas às outras. Eles têm este dia devido a um momento importante na vida da minha treinadora. Mais faculdades têm este dia mas aqui tem alguma importância por causa disso. O motivo deste dia, como sabem eles aqui vivem muito o basquetebol, é inspirar as crianças de 6, 7, 8, 9, 10 anos a jogar e a lutarem pelos seus sonhos pois para eles nós somos um modelo a seguir.

Are you living the dream?

I am for sure.

Quem és tu?

Opá eu sou eu e não há muito tempo :) Sou uma rapariga de 18 anos que está a viver o sonho americano. Quem me conhece sabe quem sou :b

Quem sou eu?

Opa tu és uma tropa aí da LS que está sempre na descontra, é sempre a rir e a parti-las contigo. A LS sabe com o que conta MoniCat! :)
Obrigada pela disponibilidade! 

1 comentário:

  1. Carolina no seu melhor e Mónica Gato sem rede nas perguntas pertinentes e aguçadas. Gostei.:-)

    ResponderEliminar